Patagon M&A - EAD e Ed Tech - Uniasselvi vende fatia de 25% para fundo

A Uniasselvi, instituição de ensino a distância das gestoras de private equity Carlyle e Vinci, vendeu 25% do capital para o fundo americano Neuberger Berman. Essa fatia foi vendida por aproximadamente R$ 380 milhões, o que avalia o grupo educacional em R$ 1,5 bilhão, segundo o Valor apurou.
Com a transação, o Carlyle e a Vinci ficam com 37,5% cada, e o Neuberger com 25%. Parte dos recursos levantados irá para a expansão da Uniasselvi e outra parcela aos fundos controladores, ainda de acordo com fontes.
A Uniasselvi pertencia à Kroton até o fim de 2015, quando foi vendida às gestoras de private equity devido à exigência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para aprovar a aquisição da Anhanguera. O valor do negócio foi de R$ 850 milhões e uma fatia adicional de até R$ 225 milhões, cujo pagamento está atrelado ao desempenho da Uniasselvi entre 2018 e 2022.
Segundo dados da consultoria Hoper Educação, a Uniasselvi é o quinto maior grupo de ensino a distância do país em número de alunos, com cerca de 100 mil matriculados. O faturamento anual estimado da Uniasselvi é de R$ 324 milhões, considerando que o valor médio da mensalidade da instituição de ensino é de R$ 270.
A aquisição da fatia da instituição de ensino a distância, com sede em Santa Catarina, marca a entrada da gestora de private equity Neuberger Berman no Brasil. O Neuberger tem sob sua gestão ativos avaliados em cerca de US$ 300 bilhões, segundo relatório da gestora criada em 1939.
Uma das razões para o Neuberger Berman adquirir uma participação na Uniasselvi é porque uma das áreas de seu interesse é a de tecnologia aplicada à educação, segmento conhecido como EdTech.
Desde 2015, quando a Kroton informou que venderia a Uniasselvi para atender à exigência do Cade, a empresa é alvo de interesse. Logo após o Carlyle e a Vinci comprarem a Uniasselvi, outros fundos de private equity e grupos educacionais bateram na porta da instituição de ensino a distância. A negociação mais recente foi com a CVC Partners que ofereceu entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão por todo o ativo, mas, após meses de conversas, as tratativas não foram adiante e acabaram interrompidas há cerca de seis meses. Antes disso, Estácio, Laureate e Ser Educacional também manifestaram interesse, segundo fontes.