Patagon M&A - Healthcare - Estratégia do Fleury pode incluir aquisição

O grupo de medicina diagnóstica Fleury não descarta aquisições como parte de sua estratégia de crescimento. Com o reposicionamento realizado desde 2013, a companhia passou a ter um nível de alavancagem baixo e apresenta um bom nível de geração de caixa, o que poderia impulsionar novos negócios. A empresa encerrou o primeiro trimestre com lucro e receita em alta.
Durante teleconferência sobre os resultados na sextafeira, Carlos Marinelli, presidente do grupo, admitiu a possibilidade de aquisições, mas ressaltou que elas só serão feitas se forem compatíveis com premissas como capilaridade, compatibilidade de valores e cultura e posicionamento adequado. E considerando, principalmente, o retorno sobre o investimento. "Essa é uma variável chave", afirmou Marinelli. Em entrevista ao Valor após a teleconferência, ele reforçou o interesse em novas compras. Destacou que a companhia levou muito tempo para incorporar a rede de laboratórios do grupo D'Or, no Rio e que, durante o processo, "aprendeu muito" sobre esse tipo de operação.
A rede de medicina diagnóstica obteve um lucro líquido de R$ 44,7 milhões de janeiro a março, uma alta estimada em cerca de 40%, excluídos efeitos não recorrentes do primeiro trimestre do ano passado. No período, o resultado foi impactado em R$ 18,3 milhões pela adesão ao Programa de Parcelamento Incentivado da Prefeitura de São Paulo para quitação de débitos relativos à Taxa de Resíduos Sólidos da Saúde (TRSS), conhecida como taxa do lixo. Por isso, o aumento do lucro líquido registrado no balanço do primeiro trimestre de 2016 atingiu 233%.
A receita líquida da companhia somou R$ 507,9 milhões de janeiro a março, um avanço de 13,7%. Os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceram 67%, para R$ 121,7 milhões.
Marinelli atribuiu o desempenho ao foco no público de maior poder aquisitivo. "As quedas estão acontecendo mais nos segmentos de renda mais baixa. A renda mais alta está indo bem", disse.
Ele vê possibilidade de expansão tanto da rede 'a+', voltada ao consumidor de renda média-alta, quanto dos laboratórios Fleury, bandeira mais sofisticada do grupo. No fim do ano passado, a companhia projetou a abertura de nove unidades da marca a+ em São Paulo, 11 no Rio de Janeiro, 10 no Sul e 1 no Nordeste nos próximos cinco anos. Na sexta feira, Marinelli destacou São Paulo e o Paraná. A ideia é evitar regiões em que haja concentração de atendimento em apenas um plano de saúde. "Queremos evitar monopólios", disse.
Perguntado sobre o cenário para 2016, Marinelli afirmou que apesar de alguma perspectiva de melhora, com um certo alívio na cotação do dólar, ainda há muita incerteza.